A dona de casa Lucimara Severino Marcondes, 52 anos, moradora no bairro Canto do Mar, na Costa Norte de São Sebastião, foi a primeira do município a receber os cartões de estacionamento de vaga preferencial e o de atendimento preferencial, por conta da Fibromialgia. Os documentos foram entregues pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e do Idoso (SEPEDI).

O benefício é em decorrência da Lei Municipal 2.696/2020 que institui o Dia Municipal da Fibromialgia, filas preferenciais e vagas de estacionamento preferencial, complementada pela Lei 2.760/2020 que dispões sobre a obrigatoriedade do atendimento prioritário aos portadores de fibromialgia nas marcações de sessões de fisioterapia.

Para a dona de casa, receber esses documentos foi muito importante para ir em qualquer local, se locomover. “ As pessoas com fibromialgia têm pressa, a dor tem pressa. Sem essa ajuda a gente não consegue fazer praticamente nada”.

Para ela, o fato da SEPEDI ter abraçado a causa é importante para todas as pessoas que sofrem com essa doença. “Eu peço a compreensão de todos e também agradeço muito por essa acolhida”.

Para fazer a entrega oficial dos cartões, estiveram com Lucimara, a secretária adjunta da SEPEDI, Fabiana e o diretor de Políticas Públicas da Pessoa com Deficiência, Jaime Gomes Martins.

Sobre a doença

Segundo a Sociedade Brasileira de Fibromialgia, a síndrome da fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas.

A fibromialgia é um problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia.

De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas.

Na reumatologia, são comumente usados critérios diagnósticos para se definir se o paciente tem uma doença reumática ou outra. Isto é importante especialmente quando se faz uma pesquisa, para se garantir que todos os pacientes apresentem o mesmo diagnóstico. Muitas vezes, entretanto, estes critérios são utilizados também na prática médica.

Critérios de diagnóstico

Sintomas

O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira localizada que depois se generalizou ou que já começou no corpo todo. O paciente sente mais dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. A dor é sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações.

Existe uma maior sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há inchaço das articulações na FM, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor.

Pacientes com FM queixam-se muito de alterações de memória e de atenção, e isso se deve mais ao fato da dor ser crônica do que a alguma lesão cerebral grave. Para o corpo, a dor é sempre um sintoma importante e o cérebro dedica energia lidando com esta dor e outras tarefas, como memória e atenção, ficam prejudicadas.

Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um ‘termostato’ ou um ‘botão de volume’ desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.

A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido.

#PraTodosVerem: A moradora Lucimara segura cartões entregues pela equipe da SEPEDI: Fim das descrições.